Com registo de 94 mortos nas prisões portuguesas em 2005, verifica-se um aumento de 10 mortos relativamente ao ano de 2004. A taxa de mortalidade aumentou de entre as mais altas de Europa, incluindo os países de Leste, com 64 mortos por 10000 reclusos para as mais altíssimas da Europa, com o impressionante número de 72 mortos por 10000 reclusos.

Este é o resultado mais que objectivo – oficial – das condições de encarceramento em Portugal, que continuam a fazer do cumprimento de pena de prisão um morticínio irresponsável, com que o Estado (governo, parlamento, presidência da república, administração) convive sem reacção. Os anúncios de reforma das prisões, que jamais se referiram a este indicador como relevante e prioritário, têm servido para reagir às denúncias como nuvens de fumo, enquanto a indignação se dissolve na miséria putrefacta da nossa (falta de) ética colectiva.

Pela nossa parte, entristados por quase dez anos de denúncias praticamente inúteis (pelo menos para os mortos), aqui cumprimos o nosso dever de, utilizando a informação gentilmente fornecida pelo Partidos Os Verdes, obtida através de uma inquirição parlamentar, informar de que para outras informações comparativas e outros detalhes podem visitar o nosso site, em particular a página que dedicamos a este assunto (http://iscte.pt/~apad/ACED/ficheiros/obituario.html).

A Direcção