Na guerra israelo-palestiniana, hai un aspecto que nom deve ser minusvalorado nunca. O sionismo operou umha gigantesca manipulaçom da história, da memória e das identidades judaicas. E é esta manipulaçom o que permite a adesom maioritária dos judeus (tanto de Israel como do resto do mundo) a um projeto colonialista e militarista que destrói cada dia um pouco mais da Palestina e generaliza o apartheid.
Numha obra anterior (“Como foi inventado o povo judaico”), Shlomo Sand reduzira a quase nada dous mitos fundacionais do sionismo: o exílio e o retorno. Nom, nom houvo êxodo massivo dos judeus aquando da destruiçom do Templo polas tropas de Tito no ano 70 d.n.e. Os judeus de hoje nom som os descendentes dos hebreus da antiguidade. Os judeus actuais descendem maioritariamente de conversos. A ideia sionista que alicerça na crença que despois de séculos de exílio os judeus teriam tornado à terra dos seus ancestros é umha ficçom.
Esta vez, Shlomo Sand ataca outro mito assassino. Para os membros da corrente nacional-religiosa “Deus entregou esta terra ao povo judaico” e e nome dessas concepçons integristas, os palestinianos seriam intrusos. Mas os sionistas “laicos” compartilham esta mesma concepçom. Figerom da Bíblia um livro de conquista colonial afirmando que os judeus tenhem um vínculo indisolúvel coa “terra de Israel”, o que lhes daria direito de propriedade exclusivo. É este mito da terra que Sand passa agora pola trituradora com o seu habitual estilo ameno e copiosas referências históricas e bibliográficas. Em duas palavras: um livro absolutamente indispensável.