Numa entrevista à televisão regional TeleLombardia(link is external), transmitida na segunda-feira, o também vice-presidente do governo italiano informou que está a trabalhar num plano para dispor de números concretos sobre a população cigana a residir atualmente em território nacional.
“É necessário fazer um reconhecimento para ver quem, como, quantos são, algo que outras vezes foi definido como censo. Façamos um registo, uma fotografia da situação”, avançou.
Salvini esclareceu que “os estrangeiros que permaneçam de forma irregular em Itália serão expulsos”. Já no que respeita aos “ciganos italianos”, Matteo Salvini lamentou: “infelizmente, teremos que ficar com eles”.
As declarações do líder da Liga, um partido xenófobo de extrema-direita que formou governo em coligação com o Movimento 5 Estrelas, provocou inúmeras críticas de associações de defesa dos direitos humanos e por parte da oposição.
O presidente da Associação 21 de Julho, Carlo Stasolla, que defende os direitos da comunidade cigana, lembrou a Salvini que o que propõe é ilegal: “O ministro do Interior parece não saber que um recenseamento com base étnica não é permitido pela lei italiana”, destacou Stasolla, citado pelo jornal La Repubblica.
“Recordamos ainda que existem dados e estatísticas sobre quem vive nos acampamentos formais e informais e que os poucos ciganos em situação irregular não têm Estado e por isso não podem ser expulsos”, acrescentou Stasolla.
Matteo Salvini reagiu às críticas no seu perfil da rede social Twitter: “Alguém fala de “choque”. Porquê??? Eu também penso nessas crianças pobres, educadas no roubo e ilegalidade”, frisou.