23/05/2018 17:16

Ricardo Stuckert_Instituto LulaCréditos da foto: Ricardo Stuckert_Instituto Lula

As eleições se aproximam e com elas acirra-se o debate em torno de apoiar os candidatos que já manifestaram que irão concorrer ao principal cargo da República, ou aguardar os desdobramentos em torno da candidatura do ex-presidente Lula.

Preso político e somente porque seria eleito presidente do Brasil, Lula não só conta com maioria das intenções de voto da sociedade brasileira que, notadamente, manifesta a consciência sobre a farsa criada pelos golpistas; como conta com imenso poder de transferência de votos. Foi assim com Dilma Rousseff e, prospecta-se, assim será com o candidato escolhido pelo líder político. 

Respeitando imensamente todas as candidaturas de esquerda, aliás, Guilherme Boulos do PSOL e Manuela D´Ávila do PCdoB estão colocando em discussão questões de extrema importância, dialogando com a sociedade de forma clara e didática, elevando o debate político e estabelecendo uma relação mútua de respeito, coisa rara na política brasileira. 

Ambos têm todo direito de ser candidatos assim como Ciro Gomes. Não algum senão em relação a isso. A questão é que Lula também tem todo direito a ser candidato. Um direito que deve ser lembrado, dia após dia, porque sua prisão consiste, justamente, no impedimento de sua candidatura. O símbolo de sua resistência é maior do que o próprio Lula: diz respeito à quebra da ordem democrática no Brasil.

O golpe não será apagado com as eleições. A violência contra Dilma Rousseff e o sequestro do voto de milhões de brasileiros representam um flanco imensurável à normalidade constitucional no país. O esforço da mídia e das forças golpistas de apagar a imagem de Lula, nos corações e mentes da maioria do povo, efetivamente beneficiado pelos seus governos, tem de ser combatido.

Não podemos esquecer que estamos vivendo uma ditadura disfarçada e que o principal nome da esquerda, com potencial real de transferir votos, encontra-se trancafiado numa cela sem o menor motivo para estar lá. Vivêssemos uma democracia, Lula estaria em carreata, assegurando à população que a política golpista de Michel Temer seria revertida por inteiro.

É por conta disso que Carta Maior aguarda os desdobramentos do jogo eleitoral sem manifestar seu apoio a este ou aquele candidato. Na prática, apoiamos todos aqueles que, sabemos, estão efetivamente comprometidos com as pautas da esquerda e as pautas progressistas.

Em nossa página, estamos publicando opiniões as mais diversas sobre a conjuntura nacional. Em Dois anos de Temer e nada para celebrar, Eric Nepomuceno aponta o desmonte do governo golpista. Em “Do que é feito o Brasil”, Fernando Horta analisa o que seria uma candidatura, neste momento, de Dilma Rousseff. Em Os fantasmas que nos assombram ou a volta dos morto-vivos, Pedro Tierra comenta dos documentos recentemente revelados pela CIA.

Não deixem de ler, também, Temer, a Petrobrás e os caminhoneiros”, sobre o absurdo reajuste nos preços dos combustíveis, a reação dos caminhoneiros e o desmonte em curso da Petrobrás. Thiago Lima, por sua vez, em O agrogolpe e a rasteira institucional na política externa, fala sobre o fechamento dos espaços institucionais da agricultura familiar, da economia camponesa e do combate à fome perpetrado pelo atual governo.

Estes e tantas outras análises vocês podem encontrar na nossa página. Nosso propósito, acima de tudo, é realizar o debate que nem a mídia, tampouco as redes sociais, realizarão neste ano: o debate de ideias, com argumentos sólidos, legitimado pela pesquisa científica e expertise dos que estão envolvidos em suas áreas de estudo.

Convidamos todos, portanto, a seguirem conosco nesse debate. Carta Maior vem se estruturando enquanto revista eletrônica especializada em conteúdos de esquerda e/ou progressista. Vocês podem notar que estamos caprichando na página, aperfeiçoamos nosso sistema de busca e organizamos editorias que facilitam a pesquisa por temas. 

Isso tudo é feito com muita responsabilidade e muita paixão. Aproveitamos para reiterar nosso pedido de doação. Com apenas R$1,00 por dia (R$30,00/mês), quem puder DOE MAIS (clique aqui e confira opções de doação) , vocês garantem a continuidade desse trabalho. Como sempre afirmamos, eles têm o mercado. Nós temos uns aos outros. 

Boas leituras,

Joaquim Ernesto Palhares