B. J. H., interno no cárcere Puerto III, iniciou umha greve de fame e sede a finais do passado mes de maio para se defender da que qualifica como “falsa acusaçom de jihadismo”  que o levou a ser incluído no FIES 5, umha medida que supom a non progressom de grau de tratamento e a permanência em regime fechado. Segundo informa, o expediente disciplinar foi arquivado mas o a direcçom do centro decidiu arbitrariamente mantê-lo em FIES e 1º grau. As torturas que descreve na carta enviada ao Boletim Tokata, sofridas em diferentes penais espanhóis, e a negligência que atribui aos responsáveis de velar pola salvaguarda das persoas presas deveriam ser objecto de investigaçom imediata.

CARTA DE B.J.H. AO BOLETIM TOKATA

Olá, venho com toda a minha humildade pedir-lhes axuda, xa que os carrascos vulneram todos os meus direitos, escrevo-lhes polo seguintes motivos, pugem-me em greve de fame e de sede e vendo que os carrascos, tanto médicos como funcionários, vendo que nom faziam nada, tivem de parar a greve de sede, mas continúo em greve de fame. Nom sei quanto tempo mais vou durar, por isso quando me levem ao hospital, espero que me ajudedes. Outra das cousas é que me metem em FIES 5 sem motivo algum, já que a mentira ficou ao descoberto, foi arquivado o parte, mas o FIES 5 continúo com ele, nom me ponhem o motivo de por quê continúo em FIES, figerom umha mentira para me meterem o FIES e por isso continúo em greve de fame e continuarei. E que saibades que sempre procuram motivos falsos para me meterem sempre chapado e continúo chapado, despem-me, botam-me mantas molhadas e algemado e, claro, com pancadas, com porretes de borracha, e as mantas molhadas som para nom se notarem as manchas-roxas, envio-vos parte médico. E o FIES, claro, como sabem que eu som palestino e nom tenho ninguém e levam toda a minha condena torturando-me e figem escritos aos juízes e nem caso, nom ligam nengumha, claro, como som palestino, pois todos os juízes fam ouvidos moucos. Toda a condena que levo pagando, a maioria meterom-ma eles. Para quê? Pois para colherem baixas, e já, de tantas malheiras que me derom tenho umha lessom num ombro já de por vida e já nom podo mais. Todo o que escrevo, umhas vezes chega, outras nom. Em Puerto I abrirom-me as celhas e como se nada. Em Valladolid igual, malheira e primeiro grau e conduçom e assim levo toda a minha vida penitenciária e já nom me resta outra que morrer luitando, deixarom-me muito mal das torturas, fisicamente muio mal, porque as pernas tenho-as destroçadas das pancadas e o ombro e nem sequer o médico me vê e tenho muitas provas como as que envio e muitas mais, e o único que fam é bater em mim e o juiz condena-me. Ao juiz de Valladolid, de guarda, botei-lhe um escrito para formular umha denúncia e um ano e quatro meses e nem caso, sem ligar nengumha e é polo que lhes pido ajuda e socorro, porque sei que vam deixar-me morrer de fame e por isso lhes escrevo. É, por se morro, que a minha morte nom seja de balde, que se saiba que aqui torturam a gente. Atentamente, um cordial saúdo. B.J.H.

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