A comunidade com acampamento fixado na Vidigueira, distrito de Beja, com a autorização do Presidente da Câmara Municipal Rui Raposo, estava a receber ameaças por parte da GNR desde sexta-feira, 16 de fevereiro. Na madrugada de sábado, a GNR voltou ao local com ordem de expulsão e desmantelamento do acampamento, que a população não acatou, reiterando que tinha autorização do executivo camarário para ali estar. Enquanto resistiam ao uso da força da GNR, algumas pessoas foram agredidas, acabando as famílias por fugir para fora das imediações do acampamento. Quando regressaram, tinham as tendas, os colchões, as mantas e a comida incendiadas e as viaturas sem chaves na ignição.
Fotografia de Paulete Matos
                                                     Fotografia de Paulete Matos

 

Após o ocorrido, a população contactou a Câmara, que a aconselhou a abandonar o local. O elemento da autarquia contactado terá ainda dito que não tinha sido a Câmara a chamar a polícia, e que não tinha, por isso, qualquer responsabilidade pela intervenção.

Fontes oficias do SOS Racismo dizem ter contactado a GNR de Vidigueira, que informou nada saber sobre o assunto. O contacto foi encaminhado para o comando de Beja, que disse também nada saber, embora tenha afirmado que iria averiguar o sucedido e contactar o SOS Racismo.

Os militares tinham-se deslocado ao local pela primeira vez ao final da tarde de sexta-feira para avisar os moradores que teriam de deixar o local. Neste momento, tanto a autarquia como a comunidade cigana põem de lado a hipótese de a segunda voltar a residir no lugar de onde foi expulsa.