No final de julho, Donald Trump anunciou a expulsão de indivíduos transgénero do exército dos EUA. Agora, o Secretário da Defesa suspendeu a decisão após duas associações processarem o governo. James Mattis, Secretário da Defesa da administração Trump, anunciou esta terça-feira que a proibição de militares transgénero no exército dos Estados Unidos da Amércia foi suspensa e submetida a um estudo de análise sobre a medida.

 

A 26 de julho, o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou no twitter (link is external) que “O governo dos EUA não vão aceitar ou permitir o serviço de indivíduos transgénero no exército”. Trump justificou a decisão com o custo financeiro de tratamentos médicos para soldados transgénero.

De acordo com os dados do Departamento de Defesa, o exército gasta 8,4 milhões de dólares anualmente em cuidados médicos para estes soldados, o que, para se ter uma sensação de escala, é dez vezes menos do que os 84 milhões de dólares que gastou em Viagra em 2015 (em 2011 foram registados 294 milhões em Viagra e Cialis).

Esta segunda-feira, duas queixas foram apresentadas em tribunal contra a proibição de Donald Trump. A primeira, apresentada pela ACLU The American Civil Liberties Union [União pelas Liberdades Civis da América], foi entregue nos tribunais de Maryland em nome de seis oficiais transgénero das forças armadas dos EUA. A segunda queixa foi entregue pela Lambda Legal and OutServe-SLDN nos tribunais de Washington, em nome de dois indivíduos transgénero que querem fazer serviço militar e um militar que quer ser promovido a oficial.

A ACLU argumenta que a proibição de Trump viola as garantias constitucionais de igualdade de proteção, uma vez que é baseado em “especulação desinformada, mitos e estereótipos”, denotando um “desejo de prejudicar” este grupo específico de pessoas.

“Toda e qualquer declaração do Presidente Trump para justificar esta proibição pode ser facilmente desmantelado pelas conclusões do processo de análise do Departamento de Defesa”, referindo-se ao processo de avaliação do exército que, em 2016, concluiu não haver qualquer justificação para a exclusão de indivíduos transgénero.

Para a SLDN, “milhares de militares atualmente em serviço ativo são transgénero, e muito têm servido de forma aberta e corajosa no exército dos EUA há mais de um ano”. Donald Trump “está mais uma vez a atacar um grupo vulnerável da sociedade com base num viés, oportunismo político e “factos alternativos” demonstravelmente falsos”.

Tradução esquerda.net