A declaraçom judicial tornou-se viral. Hasel plantou cara ao tribunal e à procuradora e justificou-se reivindicando o direito de liberdade de expressom e o feito de serem informaçons publicadas em meios de comunicaçom. Hasel assume que provavelmente será condenado à prisom. reconhece ter medo, mais nom pensa dar um passo para trás: “Se nom, ganham eles”.

 

 

Por quê declarou con tanta dureza?
—Porque nom tenho de que pedir perdom. Penso defender as minhas ideias ao preço que for. Querem condenar-me à prison por ter defendido feitos objetivos. É próprio de umha inquisiçom, de um regime fascista. Por detrás desta perseguiçom há unha raiva lógica. Estivem direto, bastante direto, no sentido de nom ocultar-me de nada e defenderei esses feitos objetivos até às últimas consequências.

Que lhe perguntou a procuradora sobre o rei espanhol e que comentários figera sobre ele?
—A procuradora perguntava qual era a minha intençom. Pois que se saiba o que fai a monarquía. Para que utiliza os nossos dinheiros públicos. E ao mesmo tempo, como republicano, denunciar umha instituiçom que nom representa os nossos interesses e que é totalmente antidemocrática. Realmente, a procuradora dizia que o feito de eu qualificar de ‘assassino, mafioso e parasita’ o rei ultrapassava a liberdade de expressom. Logicamente, se um é republicano é porque pensa isso do rei; se nom, nom o seriamos. Aliás, todo o que denunciei da monarquia está demonstrado. Meios nom suspeitosos de serem revolucionarios, mesmo a imprensa do coraçom, falarom de como foi comprado com dinheiro público o silêncio de amantes do rei.

Como foca a súa defensa?
—Defendim a liberdade de expressom e, ao mesmo tempo, que falava de feitos sobejamente demonstrados. Dizer, por exemplo, independentemente da ideologia que cada um tiver, que a Guarda Civil assassinou imigrantes en Tarajal é un feito objetivo. E se assassinarom, som assassinos. A procuradora vinha dizer que eu nom podia dizer que eram assassinos porque isso os injuriava. Eu defendim que as injúrias som inventar algumha cousa, mas o que eu digo está sobejamente demonstado. Ainda vou ser eu também culpável de que a polícia assassine.

‘Se fosse um fascista que desejasse bombas aos cataláns, homossexuais e imigrantes, nom estaria aqui sentado”. Em que contexto respondeu isto à procuradora?
—Isso dixem-no no meu último turno de palavra livre. Dixem umhas quantas cousas e umha foi essa. Chega com dar umha vista de olhos às redes sociais para ver que está cheia de fascistas desejando bombas aos independentistas, aos imigrantes, aos antifascistas, aos homossexuais… e tenhem plena liberdade de expressom. E também denunciei que quando eles falam dos limites da liberdade de expressom sempre som para os mesmos, para os antifascistas. Os fascistas tenhem liberdade de expressom total para dizer todo tipo de asneiras. E a nós, por denunciarmos feitos objetivos, pedem-nos prisom. Como dixem antes, isso é próprio da inquisiçom e de um regime fascista.

Pedem-lhe dous anos e nove meses com umha multa de 45.000 euros, que se nom puder pagar, seriam cinco anos, nom é?
—Exato. Estas multas por injúrias à coroa e às forças de segurança, nom poderei pagá-las, evidentemente. Também nom o faria, porque considero que é injusto. Som totalmente inassumíveis e som insolvente porque nom encontro trabalho, outra cousa que me dificultarom. Essas multas traduzem-se em dous anos mais de cárcere se nom som pagas.

Essa petiçom também é, di a procuradora, por ‘enaltecimento sistemático do terrorismo’. Crê que é assim?
—Temos concepçons totalmente diferentes do que é o terrorismo. Considero que o terrorismo som as políticas criminais deste governo e deste estado. Nom só deste governo, porque o PSOE também as tinha quando estava no governo. Políticas que negam direitos democráticos e liberdades como a de expressom e que negam vivenda digna, o direito ao trabalho, destroçam a sanidade… O que fixerom no 1-O é terrorismo, e toda luita é legítima diante da violência do opressor porque consididero que é autodefensa. Nom penso condenar nunca a autodefensa dos oprimidos. Defendim isso. Para mim nom é terrorismo o que eles dim que é.

Crê que já está condenado?
—Creio, sim. Umha absolviçom na Audiência espanhola é quase impossível. Nom depende de se fas umha boa defensa ou nom, porque é um tribunal fascista. Era o Tribunal de Ordem Pública franquista que ainda tem umha funçom repressiva. Se conseguir a absolviçom, nom será porque defendam a liberdade de expressom; se nom, nom me teriam condenado hai uns anos e nom condenariam tantas persoas. Se me absolverem, será para evitar um escándalo, porque é um caso mui mediático e houvo muita presom

—Já tivo umha sentença de dous anos, ratificada polo Supremo em 2015. Haverá quem se pergunte por quê  nom modulou a maneira de queixar-se ou de criticar, quando já viveu em primeira persoa como atuam os tribunais espanhóis.
—Hai umha diferença co primeiro julgamento, e é que na altura as frases polas que me acusavam eram máis explicitas. Agora é, simplesmente, por narrar uns feitos objetivos. E voltamos onde estávamos. Pode soar duro dizer que som assassinos, mais é que, se assassinarom, o som. Que é mais duro, denunciar um assassinato ou assassinar? Evidentemente, assassinar quinze imigrantes com total impunidade. Eu nom denuncio unicamente os agentes que forom denunciados, senom todo o corpo policial, e eles dim que os injurio. Mais é claro, esses agentes forom absolvidos por estes crimes quando havia numerosas provas. Nom mudei a maneira de expressar-me porque considero que nom fago nada mau, senom todo o contrario. E nom penso renunciar a fazê-lo.

Voltaria escrever os twits e as cançons?
—Voltaria, voltarei fazê-lo e dixem-no no julgamento. Se querem encerrar-me no cárcere por isso, pois que me encerrem. Farei o que tenha de fazer e nom penso renunciar, porque é o que eles querem e entom ganhariam. Porque ganharia o medo e conseguiriam que nom denunciemos o que fam. E se vendem armas à Arábia Saudita que despois acabam em maos do jihadismo ou servem para massacrar o seu povo, nom penso silenciá-lo. E quem o fai é um criminoso. E se a monarquia contribui a isso, direi que a monarquia é criminosa sem nengum tipo de remorso.

Sente que tivo apoio nestas últimas horas?
—Bastante, mas, polo gravidade do caso, um sempre espera mais. Nom só polo meu caso, também por outros. Casos tam graves merecem máis solidariedade. Mas sentim muito apoio e também deve ser dito que a mal chamada esquerda parlamentar do estado espanhol, Podemos e Izquierda Unida, mais umha vez forom cúmplices da repressom como o forom na Catalunya, com frases como a de Alberto Garzón: ‘Puigdemont e os seus nom podem escapulir-se’. É a mesma cousa, legitimar a repressom do regime. Podemos, enquanto se solidariza com a Guarda Civil no caso Altsasu, é cúmplice. Realmente, som um partido do regime e nom lhes interessa solidarizar-se com todo aquele que o ataque, quer seja o processo independentista ou uns twits ou umhas cançons. Querem um governo patuado com o PSOE e nom o ocultam. Ponhem-se de joelhos para o conseguir.

Se entra em prisom, considerará-se um preso político?
—Considerarei, sem nengum tipo de dúvida. Serei preso por defender ideias políticas e ao tempo nom receberei o mesmo tratamento que um preso comum. Os presos comuns podem estar com outros presos comuns, mas eu nom poderei estar com outros presos comunistas. Isso já marca a diferença. Dim que nom hai presos políticos, mas despois dam-lhes um tratamento pior que o dos presos comuns.

Teme entrar em prisom?
—Temo, sim… Estaria tolo se o negase. É claro que tenho medo de ser afastado à força dos meus seres queridos. Nom poder fazer muitíssimas cousas, como por exemplo música, cançons. Passarei muitas horas numha cela com condiçons mui duras. Tenho medo de todo isso. Mas a consciência e resistir diante de tantas injustiças está por cima do medo, diante um regime inimigo da democracia.

Josep Rexach Fumanya

Fonte: VilaWeb