Laurent Aguergaray, diretor da escola Saint Vicent, confirmou os factos ao jornal Sud Ouest qualificando a atitude policial como um « procedimento irresponsável» que traumatizou não apenas a pequenina Léa como os seus colegas. « Quando Léa voltou na parte da tarde os seus colegas ficaram espantados, julgavam-na na prisão », afirmou o diretor. « Não se tomam crianças como reféns desta maneira », acrescentou, sublinhando que « a professora colocou o assunto em discussão na aula para tentar desdramatizar o problema ».

O município de Ustaritz situa-se no Departamento dos Pirinéus-Atlânticos, o País Basco francês. O maire, Dominique Lesbats (presidente da Câmara), entidade que gere a cantina escolar, afirmou à agência AFP « que a mãe fora advertida de que deveria ir buscar a filha porque não poderia comer na cantina » mas, explicou, « ela não veio ». Segundo Lesbats, o município tem há um ano um contencioso com os país de Léa, que « são de uma incompreensão total » e « nunca responderam às quatro convocatórias » que receberam em 2012.
O pai da criança declarou que pretende saber « quem deu a ordem de levar manu militari a sua filha por uma agente da polícia ».

Casos conhecidos deste tipo, que já se registam em Portugal, são vários em França. Em Sain-Cyr-l’École (Yvelines), o presidente do município, eleito pelo partido de Sarkozy, impôs um regulamento nos estabelecimentos alimentares e nos centros de tempos livres das escolas do município segundo o qual estes não podem ser frequentados por alunos que tenham um dos pais desempregados.

Fonte: esquerda.net