O exército da ocupação israelense executou 40 menores palestinos e deteve mais de 770 outras desde janeiro deste ano, reportaram neste domingo (20) grupos locais de direitos humanos, em memória do Dia Internacional das Crianças.

 

 

Advogados palestinos realizam vigília no cemitério de al-Faluja após a morte de cinco crianças durante uma operação israelense em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, 18 de agosto de 2022 [Ali Jadallah/Agência Anadolu]

 

O Ministério da Educação palestino advertiu que autoridades da ocupação continuam a alvejar crianças e pediu intervenção da comunidade internacional para proteger os direitos da infância e impedir que escolas sejam demolidas nos territórios ocupados.

A instituição de governo confirmou que Israel matou 40 menores e prendeu outras 770 crianças em idade escolar, somente em 2022. Ao menos 160 menores continuam em custódia, incluindo três meninas e estudantes do ensino médio.

Muitas instituições de ensino, alertou a nota, receberam mandados de demolição sem recurso; dentre as quais, duas escolas de Ein Samia, perto da cidade de Ramallah, e Masafer Yatta, no sul da Cisjordânia ocupada, sob risco de demolição a qualquer instante.

O ministério reforçou seus apelos por esforços coordenados em nome do direito à educação e à vida das crianças palestinas.

A Comissão de Prisioneiros e Ex-prisioneiros da Autoridade Palestina (AP) reiterou que as forças da ocupação israelense fizeram das crianças originárias um alvo permanente de suas políticas de destruição e limpeza étnica, seja ao assassiná-las ou privá-las de sua liberdade.

Desde 1967, segundo estimativas, Israel deteve mais de 50 mil menores de idade; quase 20 mil foram presos desde a deflagração da Segunda Intifada, no ano 2000.

 

Forças israelenses prendem uma criança palestina, em Jerusalém Oriental, 22 de novembro de 2012 [Mahfouz Abu Turk/Apaimages]

 

Essa política faz parte de uma estratégia mais ampla para atacar o futuro palestino

Israel transformou nossas crianças em alvo permanente de suas ações destrutivas, afirma o texto, divulgado por ocasião do Dia Mundial da Criança que se celebrou neste domingo (20).

A comissão destacou que, desde o início deste ano, cerca de 770 foram detidos, dos quais 160 ainda estão presos em várias penitenciárias.

Ele alertou que as formas de prisão de menores não são diferentes daquelas executadas contra adultos.

Depois, são submetidos a duras condições em centros de detenção, onde carecem das condições mínimas de humanidade e são alvo de várias formas de tortura, disse.

A entidade questionou a imparcialidade dos tribunais israelitas ao apontar que não têm em conta as circunstâncias em que as crianças fizeram as suas confissões, nem como assinaram as declarações que lhes são atribuídas, devido à tortura e intimidação aplicadas.

As violações sistematicamente praticadas pelas tropas de Tel Aviv não só marcam nossos menores, mas também os privam de seus direitos básicos, denunciou o ministro palestino do Desenvolvimento Social, Ahmed Majdalani, em abril.

Eles sofrem com a violência, brutalidade e crimes perpetrados diariamente e de forma organizada pelas forças de segurança israelenses, disse Majdalani em um comunicado por ocasião do Dia da Criança Palestina, comemorado todos os anos em 5 de abril.

Um relatório recente da Sociedade de Prisioneiros Palestinos alertou que muitos deles são capturados à noite em suas casas, espancados na frente de seus parentes, algemados, mantidos sem comida ou bebida por longas horas e submetidos a interrogatórios sem a presença de seus pais.

Por seu lado, a organização Save the Children denunciou a existência de violência física e verbal, ameaças e isolamento dentro das prisões.

De acordo com o Bureau Central de Estatísticas, há 2,35 milhões de pessoas com menos de 18 anos nos territórios ocupados, incluindo Jerusalém Oriental, ou 43,9% da população total.

Dados de prisão de crianças do ano de 2020:

 

Publicado originalmente em Prensa Latina