A GCHQ é a agência britânica de espionagem de comunicações, parceira da NSA norte-americana na recolha de comunicações em massa. Gavin Millar, um dos advogados do Bureau of Investigative Journalism (BIJ) denuncia que ninguém sabe o que esta agência faz com a informação jornalística que recolhe".

Esta organização de jornalismo de investigação sem fins lucrativos é uma fonte de informação reputada no que respeita aos ataques de drones do Reino Unido e EUA no Paquistão, Afeganistão, Somália e Iemen e inclusivamente tem sido referida nos trabalhos dos investigadores das Nações Unidas.

As suas fontes sobre estes assuntos são justamente as que estão na mira de uma lei britânica escrita em 2000, que permite recolher o conteúdo e os metadados das comunicações com o estrangeiro. Para o BIJ, a recolha desta informação pelo programa informático da agência de espionagem GCHQ, denunciada pelos documentos revelados por Edward Snowden, viola o direito à privacidade e à liberdade de expressão, bem como o da proteção das fontes. O facto de não existir uma supervisão da aplicação da lei a jornalistas é outro dos pontos levantados na queixa entregue em Estrasburgo ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.

"A forma como o nosso aparelho de segurança do Estado utiliza o material jornalístico que recolhe está em flagrante violação destas normas básicas de direitos humanos", conclui o advogado do BIJ, lembrando que a lei que o permite "foi escrita antes de começarmos todos a usar comunicações digitais e formas de armazenamento digital", ou seja, "não foi criada para proteger os nossos direitos à privacidade e liberdade de expressão – conforme os artigos 8 e 10 da Convenção Europeia dos Direitos Humanos – na era digital".

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