“Se tentas fugir, dão-te um tiro e morres. Se paras de trabalhar, batem-te. Era como no tempo da escravatura”, conta Aimamo, de 16 anos, no seu relato dos dois meses a trabalhar numa quinta na Líbia para pagar aos traficantes.

Outros relatos recolhidos pela Unicef junto de assistentes sociais em Itália falam da exploração e abuso sexual a que são sujeitas raparigas e rapazes, forçados a prostituírem-se na Líbia, a última etapa antes do Mediterrâneo.

“É uma situação silenciosa e desesperada – longe da vista, longe do coração. Mas dezenas de milhares de crianças enfrentam o perigo todos os dias e outras centenas de milhares estão prontas para arriscar tudo” afirma a Coordenadora Especial para a crise das Persoas Refugiadas e Migrantes na Europa.

“Precisamos urgentemente de proteger estas crianças de todos os tipos de abuso e exploração por parte daqueles que se aproveitam da situação para abusarem dos seus sonhos”, acrescenta Marie-Pierre Poirier, defendendo que “cada país tem a obrigação de estabelecer sistemas de proteção direcionados aos riscos sobre as crianças desacompanhadas”.
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