O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) apresentou um número recorde de refugiados, requerentes de asilo ou deslocados internos espalhados pelo mundo contabilizando as 65,5 milhões de pessoas em todo o mundo. Filippo Grandi, Alto Comissário para os Refugiados, condenou a comunidade internacional que não consegue pôr cobro aos conflitos e guerras em curso, uma das principais razões para o número de deslocados.

 

“Vamos continuar a ver conflitos antigos a arrastarem-se e novos conflitos a sugirem e ambos produzem deslocação… A deslocação forçada é um símbolo das guerras que nunca acabam”, disse.

O Alto Comissário alertou para o impacto desta crise humanitária nos Estados mais pobres do mundo, numa altura em que cerca de 84% dos deslocados estão temporariamente alojados em países de baixos e médios rendimentos. “Como posso pedir aos países com menos recursos, em África, no Médio Oriente e na Ásia, para acolherem milhões de refugiados quando os países mais ricos recusam fazê-lo”, questionou.

A guerra na Síria já provocou 5,5 milhões de refugiados para fora das suas fronteiras e mais 6,3 milhões de deslocados internos, a par de 2,5 milhões de refugiados oriundos do Afeganistão e de 1,4 milhões do Sudão do Sul.

A Turquia continua a ser o país que mais refugiados já acolheu, cerca de 2,9 milhões, seguida do Paquistão (1,4 milhões), Líbano (um milhão), Irão (mais de 979 mil), Uganda (quase 941 mil) e Etiópia (quase 792 mil).

Entretanto, a Agência Internacional para as Migrações das Nações Unidas apresentou um relatório onde se regista, em 2017, um aumento do fluxo de migrantes que tentam chegar a países como Itália, Espanha e Grécia. O número de vítimas mortais pode ultrapassar as duas mil pessoas.