Artigos sobre alguns temas há muito que estavam inacessíveis. E a versão em mandarim já estava bloqueada desde abril. Agora, a proibição de acesso foi estendida a todas as línguas em que a enciclopédia colaborativa mundial é escrita. A Fundação Wikipedia diz que o mundo fica “mais pobre”.
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                   Encontro de editores chineses da Wikipedia em 2013 em Dalian. Foto de 阴阳权政 wikimedia

 

A fundação que publica a Wikipedia esclarece que não recebeu qualquer notificação oficial do bloqueio por parte do governo chinês. Esta organização sem fins lucrativos diz que, com a proibição de acesso à Wikipedia na China, o mundo fica “mais pobre”.

O comunicado da organização informa que “depois de analisar rigorosamente o nossos dados internos, confirmámos que a Wikipedia está atualmente bloqueada em todas as línguas” lamentando que “milhões de leitores, escritores, investigadores chineses não podem aceder a conhecimento ou partilhar os seus feitos com o mundo”. Para os responsáveis da Wikipedia “quando um país, região ou cultura é impedido de se juntar a uma conversa global na Wikipedia, o mundo fica mais pobre.”

A China já bloqueia o acesso a redes sociais como o facebook, o twitter ou o instagram. Vários analistas sublinham que este novo bloqueio surge nas vésperas de datas simbólicas. A 4 de junho o massacre de Tiananmen faz 30 anos e as referências ao sucedido em 1989 estão proibidas. Este mês comemora-se o centenário do movimento 4 de maio, a revolta anti-imperialista que é celebrada pelo regime, mas que também começou com manifestações estudantis. Segue-se no calendário o 70º aniversário da fundação da República Popular da China.

Contudo, o acesso a artigos sobre Tiananmen na Wikipedia em qualquer língua que fosse há muito que estava já bloqueado na China. O mesmo acontece com as revoltas tibetanas ou outros artigos sobre temas considerados sensíveis pelo regime.

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