A intervenção da policia brasileira na favela da Vila Cruzeiro matou pelo menos 26 pessoas e foi a segunda mais letal da história da cidade. Bolsonaro elogiou a matança.
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                          Polícias nos arredores de Vila Cruziero após a chacina que provocou pelo menos 26 mortes. Foto André Coelho/EPA.

 

 

Uma operação policial destinada a capturar líderes do grupo criminoso Comando Vermelho na favela carioca da Vila Cruzeiro provocou pelo menos 26 mortes, tornando-se a segunda mais letal da história da cidade. No ano passado, o massacre na favela do Jacarezinho tinha provocado 28 mortos.

A operação conduzida pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Federal (PF) foi classificada como uma “chacina” pela Amnistia Internacional e a Defensoria Pública do Rio de Janeiro abriu uma investigação, considerando que “a alta letalidade da operação levanta a suspeita de que um massacre possa ter sido cometido”.

“Estamos chocados”, afirmou a porta-voz da ONU no Brasil, Liz Throssell, lembrando que a maior parte das vítimas da operação é negra, “assim como são 80% dos mortos em operações policiais, de acordo com estudos sobre operações da polícia do Rio de Janeiro no passado”.

“Nós recomendamos às autoridades brasileiras que conduzam essa investigação de uma forma cuidadosa, objetiva e rápida para assegurar responsabilidade e reparação para vítimas e familiares“, defendeu (link is external) Liz Throssell, acrescentando ser “crucial que as autoridades respeitem a ordem do Supremo Tribunal Federal para implementar um plano de redução de letalidade em operações policiais, em especial equipando batalhões de operações especiais com câmeras corporais”

Em sentido contrário, o atual Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, parabenizou os autores do massacre nas redes sociais.

Segundo o Instituto Fogo Cruzado, as operações contra o tráfico de drogas na Vila Cruzeiro motivaram (link is external) no último ano quatro chacinas com 42 mortes, desde a tomada de posse do governador Cláudio Castro. Em todo o estado, o primeiro ano do mandato de Catro fica marcado por 182 mortes em 39 chacinas policiais, diz este estudo que considera “chacina” as ações que resultam em mais de três mortes.

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