No vigésimo aniversário do centro de detenção de terroristas de Guantánamo, e a poucos dias de Biden assumir a presidência dos EUA, a organização não governamental divulga um relatório com os “crimes de Direito Internacional” cometidos continuadamente desde 2002.
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Protesto em Bruxelas pelo encerramento do centro de detenção em Guantánamo.
Protesto em Bruxelas pelo encerramento do centro de detenção em Guantánamo. Foto de Stephanie Lecocq, via EPA/Lusa.

 

 

“Não se trata apenas das 40 pessoas que continuam detidas em Guantánamo. Trata-se também dos crimes de Direito Internacional cometidos nos últimos 19 anos e da contínua falta de responsabilização”, disse Daphne Eviatar, diretora do programa de segurança e direitos humanos da Amnistia, no ano em que se assinalam duas décadas sobre os ataques terroristas de 11 de setembro que deram origem ao centro de detenção, noticia a Agência Lusa.

No relatório é possível analisar documentos que catalogam as violações dos direitos humanos perpetradas contra os detidos no campo, nomeadamente as vítimas de tortura que “são mantidas com cuidados médicos inadequados por tempo indeterminado e na ausência de julgamentos justos”.

“As transferências para fora da instalação foram paralisadas, e mesmo aqueles que foram considerados aptos para libertação permanecem encarcerados”, denunciam.

 

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Assumindo-se como um símbolo da “guerra global contra o territorismo”, Guantánamo foi o palco de “crimes de direito internacional, como tortura e desaparecimento forçado, que foram cometidos contra detidos deliberadamente mantidos fora do alcance do escrutínio judicial em instalações secretas operadas pela Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) em outros países ou em Guantánamo”.

A organização pede a Joe Biden que cumpra a promessa de resolver a situação em Guantánamo, uma promessa repetida durante oito anos da presidência de Barack Obama que nunca foi cumprida.

“Estas são detenções que estão inevitavelmente ligadas a múltiplas camadas de conduta governamental ilegal ao longo dos anos – transferências secretas, interrogatórios incomunicáveis, alimentação forçada de grevistas, tortura, desaparecimento forçado e uma total falta de devido processo”, disse Daphne Eviatar, responsabilizando Biden por esta questão.

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