O mês de abril foi de intensificação da repressão, denunciam ativistas dos direitos humanos. 300 pessoas juntaram-se para exigir o fim desta “guerra declarada contra o povo argelino”.
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Manifestação do movimento Hirak esta sexta-feira. Foto de TAMAZGHA/Twitter.
                      Manifestação do movimento Hirak esta sexta-feira. Foto de TAMAZGHA/Twitter.

 

Num apelo conjunto, cerca de 300 organizações não governamentais, como a Liga Argelina de Defesa dos Direitos Humanos e o Coletivo Argelino contra a Tortura e as Condições Carcerárias, vários partidos políticos, ativistas, advogados, jornalistas e professores, entre outros, exigiram que o governo argelino acabe com a “ofensiva securitária e judiciária” contra os participantes no Hirak, o movimento que continua a abalar o regime.

Para os signatários, a ação governamental está a “criminalizar o Hirak” e é preciso acabar com “a guerra declarada contra o povo argelino”. Dizem que houve uma “escalada da repressão” durante o mês de abril. “A tortura banaliza-se de novo. As violências policiais generalizam-se.” E que “nada pode justificar que um governo trate com tal brutalidade os cidadãos do seu país”.

Por isso, defendem a libertação dos presos políticos, o fim das perseguições judiciais de opositores ao regime e o restabelecimento das liberdades constitucionais.

Com eleições legislativas marcadas para junho, a polícia intensifica as suas ações contra a oposição. Os ativistas e partidos da oposição denunciam que está em causa o Estado de Direito e a independência da justiça. Esta sexta-feira, a marcha semanal do Hirak em Argel foi dispersada pelas forças da autoridade, que voltaram a prender várias pessoas. O Comité Nacional para a Libertação dos Presos denuncia que mais de 70 pessoas continuam presas devido a terem participado nos vários momentos do Hirak.

Apesar da repressão, o movimento continua a exigir uma mudança de regime e as manifestações continuam a ser muito participadas.