Desde a primeira década do século XXI, ainda sob o governo do ex-líder das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), o ex-presidente Álvaro Uribe Vélez, que há uma intensa relação diplomática, comercial e com presença de “assessores especiais de Israel no país de García Márquez. O próprio Hugo Rafael Chávez Frías, ainda em vida e no auge de seu governo, afirmou essa perigosa tendência.
Treino conjunto militares da Colômbia e Israel [cgfm]
Bruno Beaklini
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Em agosto de 2020, o herdeiro de Uribe e notório neoliberal com passagens por Washington, o ainda presidente Iván Duque, assinava um Tratado de Livre Comércio entre Bogotá e Tel Aviv. De maneira entusiástica, dizia que 97% dos produtos colombiana entraria no Apartheid Sionista sem pagar tributos. E, como é regra nas relações internacionais, haveria contrapartida vinda dos invasores da Palestina. Que tipo de reciprocidade seria?
Umm exemplo pode ser o emprego do fuzil Galil, de patente israelense, que além de ser a arma de emprego regular do Exército Colombiano, também é produzido no país de Raúl Reyes. Como se não bastasse, a aviação militar de nosso país vizinho tem caças Kfir em sua frota. A articulação se deu através de outro ex-presidente, Juan Manuel Santos, quando ainda era titular da pasta da Defesa do ex encarregado das aeronaves do Cartel de Medellín (Uribe novamente). Até 2001 isso não ocorria, mas no alinhamento do Plano Colômbia e com mais de 1 bilhão de dólares “investidos” lá pelo Departamento de Defesa, as relações mudaram. Com o triste fato da presença de tropas terrestres ostensivas subordinadas ao Comando Sul do Império, além de militares estadunidenses, outros “assessores” ali estão presentes.
Os intercâmbios não param, sendo que nos vinte primeiros anos do século XXI, milhares de colombianos haviam feito intercâmbio e treinamento do programa Mashav, promovido pelo Ministério de Relações Exteriores do Apartheid. A Colômbia se torna assim o país latino-americano com maior fluxo de cidadãos sob influência direta de professores e projeções de tipo soft power (nas áreas de tecnologia, medicina e agricultura, além de temas militares) vindas de europeus invasores da Cananeia de Issa.
Desde a década de 1980 que a Esmeralda do Caribe tem a perigosa presença de mercenários e consultores sionistas. O “pioneiro” – ao menos publicamente conhecido – é Yair Klein, o tenente coronel israelense treinou e estabeleceu doutrina e emprego para as AUC, tendo antes uma tenebrosa passagem pelo Cartel de Medellín. Vale ressaltar que ambas as organizações estiveram sob a sombra da oligarquia antioquina e da família Uribe Vélez. Outro ex militar israelense de triste presença na Colômbia é Rafi Eitan.
Ainda em 2020 o Exército Colombiano publicava notícia entusiasta celebrando a presença de dez assessores israelenses, dando instrução para suas forças especiais. Considerando que boa parte destes profissionais militares sionistas depois vão para a iniciativa privada e que estes laços entre “camaradas de armas” costumam ser duradouros, a tendência é sempre de complementaridade entre a cooperação oficial, em um segundo momento a oficiosa mesmo que sob estória cobertura de relações privadas.
O reconhecimento necessário
Em maio de 2021 o então senador Gustavo Petro afirmou que “reconheço o povo Palestino, quero que exista um Estado Palestino”. Uma boa forma de materializar este discurso é suspender o TLC com o Apartheid Sionista e interromper todo e qualquer intercâmbio com os herdeiros da Palmach, Irgun e Stern ocupando as terras roubadas com a Nakba e a Naksa, influenciando ainda mais as já muito conturbadas forças militares colombianas. Isso seria um gesto imediato, tanto de afastamento do colonialismo no Bilad al-Sham como um recado para o Império e seu Comando Sul.
Quase todos os países latino-americanos sofrem de pressão interna do lobby sionista, pressão externa vinda dos EUA neste tema e tendem ou a reproduzir a “teoria do empate” ou a vergonhosamente se alinharem com os ocupantes. No caso da Colômbia, o país sofre diretamente a ação dos especialistas militares invasores da Palestina e pode dar uma virada neste modus operandi tenebroso.