Com o governo de Iván Duque, a Colômbia é o segundo país do mundo com mais mortes em protestos em termos de frequência, registrando um assassinato a cada 36 horas, revelou quinta-feira (1) a Unidade de Investigação e Acusação (UIA) da Jurisdição Especial para a Paz (JEP). O banho de sangue promovido pelo Esquadrão Móvel Anti-distúrbio (Esmad), a tropa de choque, e pelas milícias colombianas, apontou o levantamento, só é inferior aos horrores de Myanmar, na antiga Birmânia.

 

A nota da JEP esclareceu que a greve nacional de 2021, iniciada no dia 28 de abril passado, “tem as cifras mais altas de mortes violentas de pessoas que participaram de protesto social nos últimos 44 anos”. Entre 28 de abril e 30 de maio, as agressões a civis aumentaram 400%, em comparação com os anos anteriores.

Em seu relatório sobre Monitoramento de Riscos e Prevenção de Impactos sobre os Direitos Humanos na Colômbia, a UIA também indicou que a greve nacional e o tratamento dado ao protesto social pelo governo Duque “geraram riscos que afetam o cumprimento do mandato constitucional e legal da JEP e aos demais integrantes do Sistema Integral para a Paz”.

Os prejuízos no contexto da greve nacional são evidenciados no aumento das ameaças de morte e assassinatos de ex-combatentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbias (FARC) e nos eventos massivos de deslocamento forçado.

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos indica que do começo da greve até 16 de junho registrou relatos de 56 mortes (incluindo 54 civis e 2 policiais) no contexto do protesto, que ocorreu principalmente na cidade de Cali, bem como 49 supostas vítimas de violência sexual.

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