lO Comité de Solidariedade com a Palestina divulgou hoje uma carta enviada por artistas portugueses à RTP juntando-se ao boicote europeu ao festival da eurovisão em Israel. Os artistas acusam o canal público de “encobrir a ocupação israelita do território palestiniano”.

                              Muro israelita em Belém. Foto de Montecruz Foto/Flickr

 

Em setembro deste ano foi lançado um apelo internacional ao boicote do festival Eurovisão 2019. Esta tomada de posição apelo era justificada porque “o regime israelita de ocupação militar, colonialismo e apartheid está descaradamente a usar a Eurovisão como parte da sua estratégia oficial Brand Israel, que tenta mostrar ‘a face mais bonita de Israel’ para branquear os seus crimes de guerra contra os palestinianos e desviar deles a atenção do mundo”.

O documento foi assinado por mais de 200 artistas de toda a Europa entre os quais os portugueses José Mário Branco, Francisco Fanhais, Tiago Rodrigues, Patrícia Portela, Chullage, António Pedro Vasconcelos e José Luís Peixoto. Juntavam o seu nome a nomes conhecidos: Brian Eno, The Knife, Wolf Alice, vencedores da Eurovisão como o irlandês Charlie McGettigan (1994) e os finlandeses Kaija Kärkinen (1991) e Kyösti Laihi (1988), Nick Seymour, Alain Platel e Jesper Christensen, os realizadores Alain Guiraudie, Ken Loach, Mike Leigh, Eyal Sivan e Aki Kaurismäki, entre muitos outros.

Em nota de imprensa divulgada esta quinta-feira, o Comité de Solidariedade com a Palestina divulgou que esta semana foi a vez de um conjunto mais alargado de artistas portugueses endereçarem à RTP um abaixo-assinado onde acusam a estação de, ao anunciar a sua participação neste festival, “em nome do entretenimento” acabar por “encobrir a ocupação israelita do território palestiniano e a contínua negação dos direitos humanos do povo palestiniano”. Os artistas acusam Israel de ser tornado um “Estado de apartheid” ao adoptar este ano a “Lei do Estado-Nação Judeu”, negando constitucionalmente a igualdade de direitos aos palestinianos. O apelo é que ou a RTP pressione “para que o festival seja transferido para um país onde crimes de guerra – incluindo assassinatos de jornalistas – não são cometidos” ou se retire dele.

Assinam esta carta: Alexandra Lucas Coelho, António Alves, António de Sousa Dias, Carlos Vidal, Francisca Cortesão, Joana Villaverde, João Carlos Alvim, João Grosso, José Mário Branco, José Vieira, LBC, Luís Miguel Castro, Manuela de Freitas, Maria do Céu Guerra, Nuno Lobito, Rigo, Susana de Sousa Dias, Telma Pereira, Teresa Dias Coelho, Teresa S. Cabral, Tiago Rodrigues.

esquerda.net