Uma centena de alvos na faixa de Gaza foram bombardeados esta sexta-feira em resposta ao disparo de dois rockets perto de Telavive. O Hamas negou a autoria dos disparos e o próprio exército israelita admite que tenham sido feitos por engano.
                    Imagem de um dos bombardeamentos israelitas em Gaza esta madrugada. Foto de Mohamed Saber/EPA

 

A noite de sexta-feira foi de sobressalto em Telavive e na faixa de Gaza, com a aviação israelita a bombardear posições do Hamas e da Jihad Islâmica em vários pontos da faixa de Gaza. A cidade de Khan Younis, a 25 quilómetros da cidade de Gaza, foi um dos principais alvos dos bombardeamentos e as agências locais citadas pela Al Jazeera confirmaram a existência de dois feridos na cidade de Rafah.

O bombardeamento surgiu em resposta ao disparo de dois rockets que sobrevoaram Telavive, a 80 quilómetros de Gaza, sem fazer estragos nem vítimas. Israel apontou o dedo ao Hamas, que nega a autoria dos disparos, argumentando que à mesma hora a sua ala militar estava reunida com mediadores egípcios para fortalecer o cessar-fogo com Israel e deter a escalada do conflito. O ministro do interior de Gaza prometeu agir contra os autores dos disparos que considera irem “contra o consenso nacional”. Entretanto, Israel já ordenou à delegação egípcia para sair de Gaza.

Também a Jihad Islâmica e os Comités de Resistência Popular, dois grupos armados presentes em Gaza, negaram responsabilidades nos disparos. “Essas acusações são mentiras da ocupação isralita”, afirmou um porta-voz da Jihad Islâmica à agência palestiniana Quds. “O nosso movimento e a sua ala militar Brigadas Al-Quds não dispararam nenhum rocket”, acrescentou Daoub Shibab.

 

Fotografia: Comité de Solidariedade com a Palestina/Facebook.                                      Apartheid israelita assinalado em Lisboa

 

Segundo o Jerusalem Post, fontes militares israelitas apontaram já na manhã de sexta-feira para uma forte hipótese de ter havido um “erro” durante a manutenção dos rockets, que originou o seu disparo acidental. Na primeira reação dos militares israelitas, o porta-voz Ronen Manelis confirmou ter sido apanhado de surpresa e que não teve qualquer aviso prévio ao disparo dos rockets, cuja autoria ainda estava por determinar. “O Hamas é a principal organização na Faixa de Gaza. É responsável pelo que lá se passa e pelo que vem de lá”, afirmou o general-brigadeiro. O presidente da Câmara de Telavive mandou abrir os abrigos públicos como medida de prevenção, mas apelou aos cidadãos para “prosseguirem a sua vida como de costume”. Esta foi a primeira vez desde 2014 que rockets disparados de Gaza chegaram perto da capital israelita. E surgem a poucas semanas da realização de eleições em Israel, marcadas para o dia 9 de abril.

 

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Israel Defense Forces @IDF
Os organizadores das manifestações que todas as sextas-feiras têm lugar ao longo da fronteira de Gaza com Israel anunciaram o cancelamento da manifestação dessa semana “por razões de interesse público”.
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