Embarcação da Sea Watch está na fronteira das águas territoriais italianas, a 15 milhas náuticas da ilha de Lampedusa.

 

Acnur/Reprodução. Embarcação da Sea Watch está na fronteira das águas territoriais italianas, a 15 milhas náuticas da ilha de Lampedusa

 

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) afirmou nesta sexta-feira (21/06) que é uma “obrigação determinada pelas normas internacionais” a Itália abrir os portos para os 43 migrantes a bordo do navio holandês da ONG alemã Sea Watch, que há nove dias aguardam uma autorização de desembarque.

O grupo foi resgatado de um barco superlotado no Mediterrâneo Central, e a embarcação da Sea Watch está na fronteira das águas territoriais italianas, a 15 milhas náuticas da ilha de Lampedusa.

“A Itália tem a responsabilidade de fazer desembarcar essas pessoas. Ninguém deve voltar”, disse o porta-voz do Acnur, Babar Baloch. “Esses desesperados devem ser desembarcados, é uma obrigação determinada pelas normas internacionais”, acrescentou.

O governo italiano diz que os migrantes devem voltar à Líbia, de onde partiram, mas tanto a ONU quanto as ONGs que atuam no Mediterrâneo não consideram o país africano – fragmentado por oito anos de guerras de milícias – um “porto seguro”.

Como a Itália é o país mais próximo – Lampedusa fica mais perto da África do que da Península Itálica -, caberia a ela receber os migrantes forçados. “Com todo o respeito pela ONU e pelos ‘professorões’, as políticas sobre quem entra e sai são decididas pelo ministro do Interior”, rebateu o ocupante do cargo, Matteo Salvini.

“É um navio holandês, e a Holanda não está longe. Ele é usado por uma ONG alemã. Que dê a volta e vá para Roterdã [na Holanda] ou Hamburgo [na Alemanha]”, salientou.

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