A NRA é a face mais visível da defesa da liberalização do uso de armas nos EUA. Reclama ter cerca de cinco milhões de membros, alguns dos quais influentes na política norte-americana, e tem sido o contraponto às vozes que clamam por restrições à venda de armas, nomeadamente na sequência de vários dos massacres que têm ocorrido naquele país.

O órgão legislativo da cidade de São Francisco, o Board of Supervisors, declarou a NRA como “organização terrorista interna” cuja ação está na origem de”indivíduos que teriam cometido e cometeram atos de terrorismo” terem acesso a armas. A  resolução aprovada por unanimidade também apela às agências locais para “tomar todos os passos razoáveis de forma a limitar” negócios com ela. A mayor da cidade, a democrata London Breed, tem agora até dia 13 para a assinar ou não. Esta é uma tomada de posição que vem na sequência de mais um tiroteio, desta vez em Gilroy no final de julho, que resultou em três mortes e duas dezenas de feridos.

Do ponto de vista da NRA, estas decisões autárquicas constituem uma violação dos seus direitos de liberdade de expressão “por motivos políticos”. Por isso, esta segunda-feira apresentou queixa num tribunal federal, considerando que há “uma lista de negra de toda a gente ligada ao NRA”. A organização opõe-se a leis mais restritivas de venda de armas e a mais controlos sobre os seus compradores.

Catherine Stefani, a promotora das medidas, pensa que não há razão para o processo da NRA, uma vez que o que foi aprovado “é uma resolução, não um ordenança, é não vinculativa”. Aliás, a resolução tinha sido criticada, por outro lado, por ser meramente simbólica apesar de nela se poder ler que “a NRA espalha propaganda que desinforma e tem o objetivo de enganar o público acerca dos perigos da violência com uso de armas”, salientando o peso desta organização para que nos EUA haja acesso fácil a armas de assalto”.