As estatísticas oficiais, publicadas esta quarta-feira, confirmam um aumento das detenções nas fronteiras norte-americanas. Este aumento que, já se registava nos meses de outubro e novembro de 2018, contrasta fortemente com os números de 2017.
A esmagadora maioria destas pessoas, 95%, vieram de países com situações de pobreza e violência extremas: a Guatemala, Honduras e Salvador. Aumentaram também os detidos em família, o que contrasta com o retrato das prisões anteriores que eram de homens mexicanos, sozinhos, em busca de trabalho. Agora são famílias inteiras que pedem asilo invocando a violência vivida nos seus países de origem.
Face à crise humanitária na fronteira, Trump responde com uma “crise securitária”, alegando que se escondem criminosos e terroristas por entre estes migrantes.
A disputa com o Congresso sobre o financiamento do muro continua. O shutdown, encerramento parcial de setores públicos devido ao financiamento não estar aprovado, também se arrasta. São milhares os trabalhadores públicos que estão parados, os mais precários entre eles perdendo o salário. Este é já o maior shutdown de sempre, superando os 21 dias que aconteceram durante a administração Clinton em dezembro de 1995.
Trump bateu com a porta na última discussão com os líderes democratas e anunciou no seu twitter que “disse adeuzinho” porque “nada mais funciona” imediatamente a seguir de lhes ter perguntado se tinham mudado a sua posição sobre a construção do muro. O presidente dos EUA classificou o encontro com a oposição como “uma total perda de tempo”.
Esta quinta-feira visita a fronteira em McAllen, no Texas, depois de ter feito uma declaração pública sobre a urgência da construção do muro.