O protesto contra o golpe militar na cidade de Bago foi recebido com armamento pesado por parte das forças militares.
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                                                                                              Foto de Stringer, via EPA/Lusa.
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Pelo menos 614 pessoas já morreram desde o golpe militar de 01 de fevereiro devido à brutal repressão das manifestações pelas forças de segurança.

O número de feridos ou vítimas mortais ainda estará a por confirmar com relatos contraditórios entre diferentes fontes, mas a utilização de armamento pesado por parte das forças militares é inequívoca nos vídeos que se espalharam nas redes sociais.

Os manifestantes protestavam contra o golpe militar na cidade de Bago, a cerca de 50 quilómetros ao norte de Rangum.

Um morador do local declarou ao portal de notícias Myanmar Now que as forças de segurança “estavam a disparar com armas pesadas” desde a madrugada de hoje contra um grupo de manifestantes, relata o Jornal de Notícias.

O jornal The Irrawaddy informou que as forças de segurança utilizaram armas para atacar as barricadas instaladas pelos manifestantes em Bago, mas não confirmou se houve vítimas.

Num vídeo publicado nas redes sociais, ouve-se o som de uma série de explosões antes do amanhecer, acompanhadas de tiros e o ativista birmanês Ro Nay San Lwin afirmou que as ações dos agentes de segurança deixaram mortos e feridos.

Segundo dados da Associação de Assistência a Presos Políticos, pelo menos 614 pessoas já morreram desde o golpe militar de 01 de fevereiro devido à brutal repressão das manifestações pelas forças de segurança.

“Há dois meses, em 09 de fevereiro, Mya Thwe Thwe Khine foi baleada enquanto se escondia debaixo de um autocarro durante os protestos em Naipyidó. Ela tinha 19 anos. Desde então, mais de 600 civis foram mortos em Myanmar, muitos deles por manifestarem-se a favor da democracia e da liberdade”, pode ler-se num comunicado conjunto publicado hoje por uma dezena de embaixadas em Myanmar, incluindo países da União Europeia (UE).

Apesar da violência e intimidação das autoridades, o movimento de dissidência civil continua e esta sexta-feira centenas de pessoas saíram em motocicletas para percorrer as ruas de Mandalay, a segunda cidade mais populosa do país, com palavras de ordem contra os militares.

Esquerda.net