A líder do Myanmar foi formalmente excluída da Comunidade Prémio Sahkarov devido à incapacidade desta para “agir e admitir os crimes cometidos contra a comunidade Rohingya em Myanmar”.
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Aung San Suu Kyi em 2012, quando recebeu o prémio Novel da Paz. Foto de Barbara Walton/EPA.
                              Aung San Suu Kyi em 2012, quando recebeu o prémio Novel da Paz. Foto de Barbara Walton/EPA.

 

Atribuído em 1990, o Prémio Sakharov para a Liberdade do Pensamento foi-lhe atribuído apenas um ano antes de receber o prémio Nobel da Paz pela sua luta contra a ditadura militar do Myanmar, prémio que só viria a receber em 2012 depois de ser libertada da prisão domiciliária.

Nesse mesmo ano, 100 mil Rohingya foram recolocados em campos de refugiados, com registos de pelo menos 200 mortos. A expulsão forçada da comunidade muçulmana do país continuou com pelo menos 140 mil deslocados em 2013.

Aung Suu Kyi relativizou, na altura, o sofrimento da comunidade muçulmana, indicando que a comunidade budista também seria alvo de violência. Após uma vitória eleitoral retumbante nas eleições de 2015, onde centenas de milhares de Rohingya foram impedidos de votar, a nova líder do Myanmar recusou agir sobre o problema, calculando-se que mais de 700 mil Rohingya tenham sido expulsos da sua terra desde então, com milhares de mortes e vítimas de violência e abuso.

Neste contexto, o Parlamento Europeu decidiu que, devido aos crimes contra a comunidade Rohingya, Aung San Suu Kyi seria formalmente excluída da Comunidade Prémio Sahkarov como resposta à incapacidade desta para “agir e admitir os crimes cometidos contra a comunidade Rohingya em Myanmar”.

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