Ghufran Warasneh, uma jornalista de 31 anos do campo de refugiados de Al-Arroub, que fica perto da cidade ocupada de Hebron, foi assassinada por soldados israelenses nesta quarta-feira (31).  De acordo com o l The New Arab, ela estava em seu primeiro dia de trabalho, cobrindo operações de Israel em Hebron.

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                                      Soldados israelenses dispararam gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral contra os enlutados. [Getty/Via The New Arab]

 

Assim como aconteceu no caso da jornalista da Al Jazeera, Shireen Abu Akleh, executada no dia 11 de maio, quando cobria as incursões de Israel a Jenin, o funeral de Ghufran também foi alvo de ataques de soldados que tentaram impedir o féretro até o campo de refugiados e que a população revoltada o acompanhasse.

Primeiro, as forças israelenses barraram a entrada das pessoas enlutadas ao campo de refugiados, obrigando também os carros  a retornar. Depois, passaram a jogar granadas de som e granadas de efeito moral contra a multidão.

Nas redes sociais, um vídeo mostra os soldados tentando impedir que as pessoas entrassem no campo.

 

“Quando seu funeral começou, as forças israelenses ainda estavam no campo de refugiados, reprimindo os protestos”, disse o primo de Warsaneh, Abdel Rahman Warsaneh, ao jornal The New Arab.

Enfrentando a repressão, as pessoas forçaram caminho. “No final, um pequeno número de nós pegou o corpo a pé e atravessou a fila de carros em direção ao acampamento. Os soldados jogaram granadas de efeito moral e bombas de gás lacrimogêneo e dispararam alguns tiros no chão, entre nossos pés, mas continuamos e mais homens se juntaram.”

As forças israelenses tentaram bloquear o caminho para os carregadores do caixão, mas enfrentaram resistência, revolta e luta da população, que garantiu que o funeral se realizasse.

A família de Warasneh rechaçou alegações das forças de Israel de que ela estaria portando uma faca e tentando matar soldados, sem qualquer prova disso. O caso, na verdade, reforça as denúncias de que Israel estaria mirando em jornalistas para impedir os relatos sobre seus crimes contra os palestinos.  Só este ano, 56 pessoas foram mortas em operações israelenses.

MEMO