Injustamente acusada pela queima de uma das sedes do Partido Colorado, ocorrida no dia 17 de março, a dirigente universitária Vivian Genes tem sido submetida a todo tipo de ameaças pela Polícia Nacional, que a mantém atrás das grades em Assunção. Os jovens Pedro Areco e Luis Trinidad já se encontram em prisão domiciliar.

 

O Partido Colorado, da ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989), é o do presidente Mario Abdo Benítez – responsável pela falta de insumos e medicamentos para os hospitais, pelo desvio de recursos das vacinas da Covid-19 para o sistema financeiro e pela corrupção generalizada. Casualmente, o partido é também o mesmo da juíza Hilda Benítez, que incriminou os jovens.

Diante dos inúmeros “atropelos” à Constituição e ao Estado de direito promovidos pela Procuradoria, pelo Poder Judiciário e pelo governo, a Coordenadoria Estudantil da Universidade Nacional de Assunção (Ceuna) condenou a “prisão arbitrária, inconstitucional e ilegal” dos jovens e exigiu a sua imediata libertação.

A Ceuna denunciou que o governo nacional tem respondido às massivas manifestações com repressão policial, tentando desmobilizar as justas reivindicações dos paraguaios “com dezenas de prisões arbitrárias, praticando torturas a vários detidos, disparando armas de fogo e ameaçando militarizar as ruas”.