
O caso de violência policial contra um imigrante em Beja, ocorrido em novembro de 2019, teve agora desenvolvimenos na justiça. Segundo o Jornal de Notícias, o Ministério Público acusou o agente da PSP de crime de tortura.
A vítima foi Aleksander Buiniakov, um trabalhador de nacionalidade ucraniana ao serviço de uma empresa de montagem de painéis solares. O crime ocorreu ao início da manhã junto ao local onde os trabalhadores aguardavam o transporte da empresa.
Um agente da PSP, que estaria visivelmente alcoolizado, aproximou-se e pediu a identificação dos presentes, por entre ofensas em que terá também puxado da pistola. Alexander foi levado para a esquadra e estava algemado durante as agressões a pontapé à porta da esquadra. Em seguida, deu entrada nas urgências hospitalares com uma fratura no braço.
No próprio dia, o PSP de Beja garantiu ao JN que teria aberto um processo disciplinar ao agente em causa, cujo resultado nunca foi conhecido. Agora, a PSP diz ao JN que irá juntar a acusação do Ministério Público ao processo e que aguardará a decisão judicial antes de tomar uma decisão.
As notícias de agressões policiais a imigrantes no Alentejo têm-se sucedido nos últimos anos. Destacam-se as condenações de cinco militares da GNR de Odemira por agressões em 2018 a imigrantes indianos. As imagens das torturas gravadas nos telemóveis dos agentes permitiram avançar com nova investigação que resultou na acusação a sete militares do posto da GNR de Vila Nova de Milfontes. Mais recentemente, na noite de passagem de ano, agentes da PSP agrediram e insultaram as pessoas, na maioria imigrantes, que se encontravam dispersas em pequenos grupos no centro da cidade.