O documento com o título “O Silêncio é cúmplice” exige aos responsáveis políticos e institucionais que “acionem os mecanismos processuais para combater o racismo e o crescimento da extrema-direita”.
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exige aos responsáveis políticos e institucionais que “acionem os mecanismos processuais para combater o racismo e o crescimento da extrema-direita”

A carta aberta “O Silêncio é cúmplice”, segundo a Lusa, é assinada por várias associações e coletivos de afrodescendentes e ciganos, está endereçada ao presidente da República, ao primeiro-ministro, ao presidente do Tribunal Constitucional, aos ministros da Administração Interna e da Presidência, à Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade e à Presidente da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial e está disponível em buala.

O documento lembra as mais recentes manifestações racistas que se deram em Portugal nas últimas quatro semanas, nomeadamente as pichagens da extrema-direita em vários concelhos do distrito de Lisboa, a pintura racista na fachada da sede do SOS Racismo e a parada Ku Klux Klan em frente do edifício e o brutal assassinato de Bruno Candé (ver notícias do esquerda.net em Racismo Mata).

“No curto espaço de quatro semanas, a sociedade portuguesa foi palco de manifestações racistas cuja escalada exige uma resposta célere e um posicionamento explícito das entidades competentes num Estado de Direito Democrático”, destaca o documento, sublinhando que não existiu “qualquer demonstração institucional pública de repúdio” perante essas ações racistas, nem sobre o bárbaro assassinato de Bruno Candé.

 

Neonazis, que se auto-intitulam nacionalistas, querem que dirigentes antifascistas e antirracistas “abandonem a atividade política e deixem o território português”

 

A carta aberta denuncia também as duas contra-manifestações do partido Chega, onde “se incita ao anti antirracismo”, assim como as declarações de André Ventura, incitando ao ódio e à perseguição à comunidade cigana.

O documento exige ação política e institucional para “combater o racismo e o crescimento da extrema-direita”, pede aos responsáveis políticos e institucionais a quem se dirige para que “dêem um sinal inequívoco e público sobre a inaceitabilidade de actos e organizações políticas e partidárias racistas e que demonstrem a sua solidariedade para com as vítimas destes ataques”.

“A negação e inacção sistemáticas são o leito da impunidade do racismo que tem escalado para níveis a que já nos tínhamos desabituado. As nossas vidas importam. O silêncio das instituições é cúmplice”, frisa o documento em conclusão.

A carta aberta é subscrita por mais de 30 associações e coletivos.

esquerda.net