O Governo estadual da extrema-direita cancelou uma performance sobre tortura na ditadura militar sob o pretexto de que incluía nudez. Os artistas fizeram o protesto sair às ruas.
Foto Coletivo És uma maluca

 

A exposição Literatura Exposta foi encerrada pelo governo do Estado do Rio de Janeiro nas mãos de Wilson Witzel. O motivo alegado foi “incumprimento do contrato”, uma vez que uma performance que iria ali decorrer incluiria nudez. O governo afirma que isso não lhe teria sido comunicado. O local da exposição o centro cultural Casa França-Brasil é sua propriedade.

Versão diferente é a de Álvaro Figueiredo, o curador da exposição, que acusa os responsáveis governamentais de censura. E confirma que o governo foi avisado do teor da performance. Figueiredo escreveu no seu instragram: “Censura à exposição Literatura Exposta! Fecharam nossa exposição um dia antes da data oficial como forma de impedir que as performances da finissage acontecessem. Comuniquei com antecedência o teor das performances à direção da Casa, foi autorizado e ontem à noite enviaram esse comunicado. Esse é o governo que temos. A arte vai sobreviver aos ignorantes.”

O coletivo És Uma Maluca(link is external) juntava como ingredientes da sua performance nudez e baratas de plástico numa referência a uma técnica de tortura utilizada durante os tempos da ditadura militar no país. Contudo, esta intervenção já tinha sido suavizada a pedido do curador da exposição. Numa primeira versão incluía ainda a leitura de textos de Bolsonaro.

A intervenção acabou por ocorrer em frente ao edifício e contou com centenas de assistentes. A nudez ficou de fora da performance dada a presença policial.

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