Hoje 19 de Julho, após 19horas do inicio da sétima sessão do julgamento dos activistas saharauis conhecidos como Grupo de Gdeim Izik, o painel de juízes anunciou sentenças praticamente idênticas às emitidas pelo Tribunal Militar, com penas de 20 anos a prisão perpétua, dois dos acusados foram libertados hoje de manhã às 10h07, Deich Daff e El Laarabi Bakay que viram as suas sentenças reduzidas ao tempo de prisão cumprido, 6 anos e 6 meses e 4 anos e 6 meses respectivamente.
Este caso foi enviado pelo Tribunal Supremo para o tribunal civil, após a anulação da sentença do Tribunal Militar emitida em 2013. O painel de juízes emitiu a sentença sem mencionar as questões colocadas pelo Tribunal Supremo.
Dos 24 acusados, 3 estão em liberdade com pena cumprida; Aberrahman Zeyou e El Machdoufi Taki, que foram postos em liberdade em 2013 e El Laarabi Bakay e Deich Daf que foram libertados hoje.
Mohamed Ayoubi não foi ainda condenado, uma vez que o seu caso foi separado do resto do grupo e o seu julgamento iniciará a 22 de Setembro de 2017.
Neste julgamento não foi possível provar qualquer acção criminosa por parte dos acusados, nem nenhuma das provas apresentadas tinha relevância para estabelecer causa – efeito , nem relação entre os acusados e supostos crimes.
Uma vez mais Marrocos fez ouvidos moucos às recomendações internacionais, e o tribunal ignorou também as questões apresentadas pelo tribunal supremo de Marrocos.
Resta agora recorrer novamente, e exercer pressão a nivel internacional para a libertação deste grupo cujo único “delito” é defender o direito à autodeterminação do Sahara Ocidental de forma não violenta e de acordo com o estabelecido pelas Nações Unidas, União Africana e diversos organismos internacionais.
Enquanto a questão do Sahara Ocidental não for colocada na mesa das Nações Unidas como um caso prioritário e com o fim de descolonização imediata através da aplicação da resoluções aprovadas nas últimas 4 décadas, Marrocos continuará a massacrar o povo saharaui até que consiga alcançar o seu objectivo de legitimar a ocupação ilegal perante a comunidade internacional, um crime que só será possível com a cumplicidade e silêncio da mesma.
O povo saharaui não se abdicará jamais do seu país, afirmam dirigentes saharauis, como ficou claro durante os 7 meses de julgamento durante os quais no coração de Marrocos, os familiares, amigos, activistas e população saharauis que se deslocou mais de 1000km desde os territórios ocupados, se manifestou baixo ameaças e ataques físicos e verbais em frente ao tribunal apoiando o grupo de Gdeim Izik e através dele todos os presos políticos.
Sentenças
Prisão perpétua:
Sidi Abdallahi Abhaha
El Bachir Boutanguiza
Mohamed Bani
Abdeljalil Laaroussi
Abdallahi Lakwfauni
Ahmed Sbaai
Sidahmed Lemjeyid
Brahim Ismaili
30 anos:
Naama Asfari
Cheik Banga
Mohamed Bourial
25 anos:
Mohamed Lefkir
Moahmed Lamin Haddi
Hassan Dah
Mohamed Khouna Babeit
Houcein Zawi
20 anos:
El Bachir Khadda
Mohamed Tahlil
Abdallahi Toubali
6 anos e meio (em liberdade com sentença cumprida)
Deich Daff
4 anos e meio (em liberdade com sentença cumprida)
El Laraabi Bakay
2 anos e meio (em liberdade com sentença cumprida)
Abderrahman Zeyou
El Machdoufi Tak
Com julgamento agendado para 22 de Setembro
Mohamed Ayoubi