O julgamento dos sete antifascistas russos teve lugar na cidade de Penza, a mais de 600 quilómetros a sudeste de Moscovo. E o tribunal deu como provado que pertenciam a um grupo chamado Set (Rede) que pretendia fazer atentados para desestabilizar e derrubar o governo russo.
Tanto os réus como várias organizações de direitos humanos denunciaram o julgamento como uma farsa com acusações fabricadas e sem provas para além de confissões obtidas sob tortura. Quatro dos sete acusados dizem ter sido espancados e eletrocutados por agentes do FSB durante a sua detenção.
“É evidente que a acusação dos ativistas antifascistas de Penza, que é parte das medidas repressivas contra anarquistas e antifascistas que aumentaram bastante em 2017-2018, tem motivações políticas”, acusa o centro de direitos humanos Memorial, citado pelo diário britânico Guardian.
Apesar da acusação falar em ataques planeados, não conseguiu apresentar nenhum detalhe sobre esses planos. A acusação inicial de terem como alvo o Mundial de Futebol de 2018 ou a eleição presidencial nem sequer figura na decisão final.
“Mesmo se estes rapazes tivessem mesmo discutido uma futura revolução, o crime só existe a partir de um plano concreto, e eles não foram acusados de fazerem qualquer plano”, apontou ao Guardian o diretor do centro Sova de Moscovo, que monitoriza a atividade extremista no país e a resposta governamental.
No julgamento, o condenado à pena mais pesada afirmou que só admitiu ser o líder do grupo após ter sido eletrocutado na prisão, como forma de pôr termo à tortura infligida pelos agentes do FSB.