Os sete jovens condenados dizem ter sido espancados e alvo de tortura com choques elétricos na prisão. E negam as acusações de pertencerem a um grupo anarquista com o objetivo de promover atentados para derrubar o governo. ONG falam em “motivações políticas” para esta condenação.
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Julgamento dos antifascistas
                             Foto: David Frenkel / Mediazone

 

O julgamento dos sete antifascistas russos teve lugar na cidade de Penza, a mais de 600 quilómetros a sudeste de Moscovo. E o tribunal deu como provado que pertenciam a um grupo chamado Set (Rede) que pretendia fazer atentados para desestabilizar e derrubar o governo russo.

Tanto os réus como várias organizações de direitos humanos denunciaram o julgamento como uma farsa com acusações fabricadas e sem provas para além de confissões obtidas sob tortura. Quatro dos sete acusados dizem ter sido espancados e eletrocutados por agentes do FSB durante a sua detenção.

“É evidente que a acusação dos ativistas antifascistas de Penza, que é parte das medidas repressivas contra anarquistas e antifascistas que aumentaram bastante em 2017-2018, tem motivações políticas”, acusa o centro de direitos humanos Memorial, citado pelo diário britânico Guardian.

Apesar da acusação falar em ataques planeados, não conseguiu apresentar nenhum detalhe sobre esses planos. A acusação inicial de terem como alvo o Mundial de Futebol de 2018 ou a eleição presidencial nem sequer figura na decisão final.

“Mesmo se estes rapazes tivessem mesmo discutido uma futura revolução, o crime só existe a partir de um plano concreto, e eles não foram acusados de fazerem qualquer plano”, apontou ao Guardian o diretor do centro Sova de Moscovo, que monitoriza a atividade extremista no país e a resposta governamental.

No julgamento, o condenado à pena mais pesada afirmou que só admitiu ser o líder do grupo após ter sido eletrocutado na prisão, como forma de pôr termo à tortura infligida pelos agentes do FSB.

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