Tamimi ficou conhecida após vídeo em que aparece enfrentando soldados israelenses; prisão da jovem será prolongada até julgamento de seu processo.

             Jovem palestina ficou conhecida após vídeo em que aparece enfrentando soldados israelenses

 As acusações contra Ahed Tamimi correspondem ao incidente ocorrido em 15 de dezembro no povoado de Nabi Saleh, perto de Ramalah, e a outros cinco incidentes nos quais a garota esteve envolvida no ano passado. Segundo um comunicado do exército, ela foi acusada de “ter agredido as forças de segurança, lançado pedras, ter proferido ameaças e participado em distúrbios”.

A mãe também foi acusada por sua participação no incidente de Nabi Saleh e em outros confrontos com soldados, além de ter usado as redes sociais para “incitar a cometer ataques terroristas”. A prima de Ahed, Nur Tamimi (20 anos), que também aparecia no vídeo, deve ser liberada na tarde da próxima terça-feira (23/01), se o procurador não recorrer. Ela precisará pagar uma fiança correspondente a US$ 1.400, segundo o advogado, Gaby Lasky. O procurador militar pediu que mãe e filha fiquem presas até o julgamento.

Resistência à ocupação israelense

As imagens mostram Ahed Tamimi e Nor Nayi Tamimi se aproximando e enfrentando os soldados israelenses. Nariman Tamimi parece tentando deter as jovens e depois expulsa os militares do pátio de sua casa. O grupo, fortemente armado, se retira sem reagir. As três palestinas foram detidas em 19 e 20 de dezembro, e Nor Nayi, de 21 anos, deve ser solta no próximo domingo (21/01).

Os Tamimi são conhecidos por participar de protestos em Nabi Saleh, palco frequente de manifestações contra a ocupação israelense. Segundo pessoas ligadas à família, os soldados foram agredidos devido à tensão gerada pelos confrontos em Nabi Saleh e pelo fato de os militares entrarem no pátio da casa. O primo de Ahed Tamimi, Mohamed, de apenas 15 anos, foi atingido por uma bala de borracha na cabeça por soldados israelenses e perdeu parte da estrutura óssea do crânio, além de ter ficado 72h em coma, o que teria deixado Ahed bastante abalada.

O presidente palestino, Mahmud Abbas, telefonou ao pai de Ahed e elogiou o compromisso da família Tamimi na luta contra a ocupação, segundo a agência de notícias palestina WAFA.

Fonte: Opera Mundi