Cerca de duas dezenas de polícias de corpo de intervenção especial de Frankfurt estão sob investigação. O governo do Hesse diz que a “dissolução total” é a única forma de reestruturar esta força policial.
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SEK de Frankfurt. Foto de Wiesbaden112.de/Flickr.
                      SEK de Frankfurt. Foto de Wiesbaden112.de/Flickr.

 

O Ministério do Interior do estado alemão do Hesse decidiu dissolver a unidade de forças especiais da polícia de Frankfurt na sequência da descoberta da ligação de vários dos seus integrantes à extrema-direita.

Na passada quarta-feira, o Ministério Público tinha acusado 20 pessoas, 19 dos quais membros dos comandos de intervenção especial de Frankfurt, a SEK, por pertencerem a grupos de extrema-direita que divulgavam propaganda neo-nazi.

O governo regional, nas mãos de uma coligação de direita entre a CDU e o FDP, anunciou em seguida, por intermédio do seu ministro do Interior, Peter Beuth, que se procederia à “dissolução total” desta força policial tornada “necessária” pela “conduta inaceitável de vários agentes e seus superiores”. O governante diz que é preciso dar “o tiro de partida para um reinício fundamental” desta unidade e anunciou que um grupo de especialista será encarregue de conduzir a reestruturação. Para ele, as nossas forças especiais “serão vitais no nosso futuro, mas os nossos parâmetros serão diferentes”.

 

 

As autoridades descobriram trocas de mensagens em aplicativos que passavam, por exemplo, pela difusão de mensagens contra refugiados e pela partilha de imagens de uma antiga organização nazi. Uma descoberta que não é caso único. Ao longo dos últimos anos têm sido várias as notícias que mostram ligações da extrema-direita a unidades policiais e do exército alemão. Segundo os serviços de informação do país, num relatório divulgado em outubro, entre janeiro de 2017 e março de 2020, tinham sido detetados 377 casos de elementos da extrema-direita em forças de segurança.