O fundador da ONG dinamarquesa Team Humanity, que ajuda no resgate e apoio aos migrantes e refugiados na ilha de Lesbos, foi detido e pode vir a ser deportado do país.
Salam Aldeen numa operação de resgate em 2016.
Salam Aldeen numa operação de resgate em 2016. Foto de Danilo Balducci publicada no Facebook por Salam Aldeen.

 

A repressão contra as ONG que apoiam migrantes e refugiados na Grécia continua a aumentar. Desta vez foi Salam Aldeen, fundador da ONG dinamarquesa Team Humanity, a ser detido pela polícia grega, que se prepara para o deportar para a Dinamarca.

Esta não é a primeira vez que as autoridades gregas tentam impedir Aldeen de prosseguir o seu trabalho de apoio a migrantes e refugiados que continuam a cruzar o mar Egeu em busca da Europa. Em 2018, já tinha sido acusado pelo mesmo crime de tráfico de pessoas, juntamente com outros ativistas de ONGs como os três bombeiros sevilhanos da Proemaid. Apesar da acusação pedir 10 anos de prisão, todos acabaram absolvidos em tribunal.

 

Há poucas semanas, Salam Aldeen esteve no Parlamento Europeu e denunciou a perseguição de que ele e outros ativistas são alvo por parte das autoridades gregas, acusando-as de só o quererem “pôr atrás das grades e deitar fora a chave”.

 

 

Salam esteve em Portugal no passado mês de fevereiro para inaugurar a exposição Amor em Tempos de Cólera num Campo de Refugiados, da professora e voluntária Dulce Machado. “Fui como turista. Mas quando cheguei e vi os barcos a chegarem, com crianças e mulheres em estado crítico de saúde e a correrem risco de afogamento, olhei em volta e não vi ajuda. Onde estão os polícias, os voluntários? Nada. Fiquei”, contou Salam à apresentadora de televisão Júlia Pinheiro, a par das atrocidades que viu no campo de refugiados de Moria, desde suicídios a violações.

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