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Benny Gantz e Yair Lapid – hoje Ministro da Defesa e Primeiro-Ministro de Israel – durante anúncio da coalizão Azul e Branco, em Tel Aviv, 21 de fevereiro de 2019 [Ilia Yefimovich/Getty Images]

As acusações são de crime de guerra e lesa-humanidade, confirmou o JVJP. A organização rechaçou o pretexto israelense de “autodefesa” para conduzir os ataques – denominados “Operação Amanhecer”.

“A operação foi tratada como ataque preventivo, mas foi executada sem qualquer ameaça concreta”, destacou o JVJP. “Em público, o ataque excessivo foi amplamente representado como autodefesa contra o movimento palestino de Jihad Islâmica – que somente disparou foguetes em resposta Israel”.

Mesmo se fosse verdade, prosseguiu a denúncia, não haveria justificativa para a escala da destruição e das baixas civis.

“Israel, graças à cumplicidade internacional – incluindo da Alemanha –, tem a mais moderna tecnologia de guerra a seu dispor e é capaz de executar ataques com precisão”, acrescentou. “Quando tantas baixas civis são aceitas para abater alguns poucos combatentes, o resultado pode ser apenas massacres deliberados”.

Ao citar Michelle Bachelet, chefe de direitos humanos das Nações Unidas, o JVJP reafirmou que ataques desproporcionais contra civis – acidentais ou não – são proscritos pela lei internacional.

O grupo reivindicou ainda “consequências a ambos por sua responsabilidade no sofrimento de terceiros” e descreveu Gantz como fugitivo da justiça por liderar a ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza sitiada em 2014.

Gantz era chefe do estado-maior das Forças de Defesa de Israel (FDI), durante as seis semanas da chamada “Operação Margem Protetora”, na qual 1.500 civis palestinos foram assassinados por Israel, incluindo 500 crianças.

Durante sua campanha eleitoral de 2019, Gantz se vangloriou de “bombardear Gaza de volta à Idade da Pedra”.

O JVJP apontou que todos os criminosos de guerra dever ser responsabilizados igualmente, incluindo os comandantes israelenses. “Como organização judaica, defendemos os direitos humanos universais”.

“Como muitas organizações judaicas de todo o mundo, insistimos que Israel não representa os judeus tampouco fala em nosso nome”, concluiu a denúncia. “Israel deve ser responsabilizado por seus crimes de guerra como qualquer outro estado”.

MEMO