Abdel Razzaq Zorqui, um operador de câmara de 32 anos, divulgou um vídeo de protesto na internet. Protestava contra a falta de condições de vida na sua região, falava no incumprimento das promessas da “primavera árabe” de 2011, dizia estar a começar uma revolução.
A seguir imolou-se pelo fogo numa praça de Kasserine, no centro-oeste da Tunísia, uma das zonas mais pobres do país, tendo falecido esta segunda-feira no hospital. O sindicato nacional dos jornalistas tunisinos no comunicado em que informou sobre a sua morte revelou que Zorgui estava a tentar organizar um greve geral no setor da imprensa.
Esta imolação deu origem a uma série de manifestações nas quais pneus foram queimados, estradas bloqueadas e foram lançadas pedras à polícia que respondeu com granadas de gás lacrimogéneo e detenções.
Tinha sido perto de Kasserine que a “Revolução de Jasmim” tinha começado em 2011. Igualmente com uma imolação pelo fogo. Dessa vez foi um vendedor ambulante na cidade de Sidi Bouzid. O presidente Ben Ali, no poder desde 1987, foi então obrigado a demitir-se na sequência de uma série de manifestações contra a corrupção denunciada pelo Wikileaks, pela democracia e por uma maior justiça social.
É a falta dessa justiça social que agora reclamam os tunisinos que têm saído às ruas.